UT NIHIL NON IISDEM VERBIS REDDERETUR AUDITUM : NARRATIVA E MEMÓRIA EM “FUNES, O MEMORIOSO”

Patricia Vieira da Silva

Resumo


Da leitura de "Funes, o memorioso", de Jorge Luis Borges, é possível observar ser a memória o pilar sobre o qual o texto é construído, seja através dos numerosos exemplos que comprovam o repositório de lembranças inesquecíveis que se tornara Funes, o protagonista, seja através do trabalhoso processo de rememoração do narrador para a construção de seu relato. Este artigo propõe, abordando narrativa e memória como fenômenos sociais e coletivos, uma breve análise crítica do conto, visando discutir a importância do ato de recordar para a construção da narrativa, a oposição entre as capacidades rememorativas de narrador e protagonista, o paradoxo necessário existente entre lembrança e esquecimento e o papel atribuído a Funes diante de sua condição prodigiosa. Para tanto, utiliza-se como aparato teórico, principalmente, as concepções de memória trabalhadas por Ecléa Bosi (2009), sobretudo no que tange à diferenciação entre as ideias de Henri Bergson e Maurice Halbwachs, o próprio pensamento halbwachsiano (1990), alguns conceitos de Jacques Le Goff (1990) sobre memória, além da interlocução com as observações sobre narrativa concebidas por Walter Benjamin (1987), sempre em diálogo com o texto borgiano.

Palavras-chave


Narrativa; Memória; Funes.

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