ANTONIO MUÑOZ MOLINA E OS DILEMAS DA FICCIONALIZAÇÃO DO REAL EM SEFARAD

Ana Paula de Souza

Resumo


Antonio Muñoz Molina (Úbeda, Jaén, 1956) é um dos expoentes da narrativa espanhola contemporânea. Em Sefarad, romance publicado em 2001, deparamo-nos com um autor que não se preocupa em se ocultar por trás da figura do narrador. O romance é narrado por um escritor anônimo que, ao longo de inúmeras reflexões metaficcionais, coloca o leitor a par das minúcias de seu processo criativo. Sefarad é uma narrativa que conta histórias “inventadas” misturadas com histórias “reais”. Personagens de ficção dividem espaço com personagens inspirados em pessoas reais. Este artigo tem por objetivo analisar as reflexões metaficcionais do autor/narrador com a finalidade de entender o papel do imaginário consciente do autor, não apenas na transformação do referente real em ficção, mas também na criação ficcional sempre pautada por referências reais. A análise do processo criativo de Muñoz Molina nesse romance, revela-nos um escritor em desassossego perante o dilema ético de transformar a vida real em ficção. Duas indagações surgirão e tentarão ser respondidas na brevidade deste estudo: É possível impor limites ao imaginário a fim de respeitar o realismo das experiências e seus protagonistas? É possível distinguir um personagem de ficção de um personagem inspirado em uma existência real?

Palavras-chave


Antonio Muñoz Molina; Sefarad; Metaficção

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