ABJEÇÃO, DEFORMIDADE E CANIBALISMO EM “AS MORFÉTICAS” E “A MULHER QUE COMEU O AMANTE”, DE BERNARDO ÉLIS

Fabianna Simão Bellizzi Carneiro

Resumo


Assim como a colonização britânica tardia, também a dinâmica da modernização tardia no interior de Goiás inspirou um tipo de regionalismo literário sensível às populações apartadas e esquecidas de uma nação que se imaginava a caminho do progresso. As ações das personagens nos contos “As morféticas” e “A mulher que comeu o amante” evidenciam o abandono do homem rural no interior de Goiás. Dispensando a caricatura e a desfiguração da realidade, Bernardo Élis trata suas personagens de forma que não escapem à sua escrita a dura e pungente realidade de pessoas brutalizadas, conforme atestaremos nos contos supracitados. Ao adentrar o terreno obscuro e pantanoso da mente humana, Élis expõe de forma grotesca o aniquilamento da capacidade de escolhas e decisões de suas personagens, vistas, aos olhos da elite dominante, como a abjeção que não condizia com a ideia de um país progressista. As obras analisadas trazem elementos muito típicos do interior de Goiás, portanto, objetivo, ao iniciar parâmetros comparatistas, entender a leitura do gótico imperialista no sertão. A metodologia se pauta em pesquisa bibliográfica que será devidamente referenciada ao longo do texto.


Palavras-chave: Narrativa Brasileira. Gótico. Sertão.

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