INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS NO DESEMPENHO COGNITIVO DE IDOSOS EM NITERÓI, RIO DE JANEIRO: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Irani Santos dos Santos, Marilia Salete Tavares, Marco Antônio Orsini Neves, Adalgiza Mafra Moreno, Thiago Teixeira Guimarães, Sara Lucia Silveira Menezes, Grace Barros Sá

Resumo


Introdução: O envelhecimento é um processo inevitável e progressivo, associado a várias alterações anatomofuncionais e reduções na capacidade cognitiva. Objetivo: Avaliar e comparar o desempenho na atenção, controle inibitório e tempo de reação em testes aplicados em idosos fisicamente ativos e sedentários. Metodologia: Estudo observacional, transversal e analítico, amostra 41 idosos, ativos (n=19), sedentários (n=22) avaliado conforme relato de prática de atividades físicas nos três meses anteriores. Critérios de inclusão: Mais de 60 anos e capacidade de resposta a questões cognitivas. Critérios de exclusão: uso de medicamentos ou diagnóstico de patologias que afetem as funções cognitivas. Foram realizadas avaliações com o uso dos testes:  Stroop Color Word Test e Teste da Régua para avaliar a atenção, reação e controle inibitório. Resultados: Foi observado uma diferença estatística significativa entre os grupos no tempo de execução no Stroop (p=0,009), assim como no número de erros no mesmo protocolo (p= 0,038), ou seja, idosos ativos quando comparados aos idosos sedentários, têm melhor atenção e controle inibitório. No entanto, na avaliação do tempo de reação motora, com o teste de Régua, por mais que os idosos fisicamente ativos tenham vantagem sobre os idosos sedentários, não houve diferença significativa de tempo (p= 0,762). Conclusão: Foi observado que idosos ativos apresentaram melhor atenção e melhor controle inibitório quando comparados aos sedentários, destacando a importância da atividade física para preservação da autossuficiência funcional retardando o declínio cognitivo do idoso.  


Palavras-chave


Envelhecimento, Exercício Físico, Cognição

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