ENTRE ESTIGMAS E EXISTÊNCIA: SAÚDE MENTAL DA MULHER NEGRA E RACISMO ESTRUTURAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA

Andreia da Silva Mathias, Vanessa Silveira de Brito

Resumo


Este artigo se propõe a refletir acerca das consequências que os estigmas ancestrais trazem para a vida da mulher negra. A saúde mental da mulher negra é influenciada por vários fatores interseccionais, como raça, gênero e classe social. O descaso em relação a essa dimensão da saúde tem raízes históricas, sociais e sistêmicas que afetam de maneira desproporcional mulheres negras em comparação a outros grupos, já que estão mais suscetíveis à violência e a traumas devido a discriminação racial e situações de vulnerabilidade social. O cuidado com a saúde mental requer reflexões de forma mais abrangente a respeito daqueles que se encontram envolvidos no processo. Os profissionais da área da saúde devem compreender a saúde mental de uma maneira mais ampla, preparando-se e capacitando-se constantemente, de modo a oferecer suporte aos que se encontram adoecidos, estendendo-lhes maior dignidade e proporcionando-lhes melhor qualidade de vida. Portanto, reconhecemos a importância fundamental do cuidado com a saúde mental. A partir do estudo realizado, concluímos que a saúde mental da mulher negra - em virtude da vivência do racismo estrutural bem como da herança de estigmas ancestrais - vem sendo demasiadamente impactada, exigindo que os profissionais de saúde mental tenham uma formação mais abrangente que leve em consideração a questão da interseccionalidade.


Palavras-chave


Saúde mental; Mulher negra; Estigmas

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Referências


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