Música e escola: um estudo sócio-histórico sobre musicalização
Resumo
As crianças são agentes sociais plenos. São produtoras de cultura e são por ela produzidas. É na e com a linguagem que conhecem o mundo, que se referem ao que conhecem do mundo e ao como conhecem o mundo. A linguagem, nas suas diferentes manifestações, é constituinte dos sujeitos. A música como linguagem artística é de natureza social, é organizada e fundamentada culturalmente. Está presente em inúmeras práticas sociais, sendo impregnada de valores e significados atribuídos pelos sujeitos que a produzem e que a apreciam. Ética e estética são indissociáveis. Este trabalho tem como objetivo trazer algumas reflexões sobre os fazeres e saberes da linguagem musical na educação da infância numa abordagem histórico-cultural. Tem como fundamentação teórica os estudos da linguagem de Bakhtin, ao relacionar a linguagem da vida e a linguagem da arte, a Psicologia da Arte de Vigotsky e a visão crítica de Adorno e Horkheimer (1985) no que diz respeito à indústria cultural. Aborda o conceito de arte de Bakhtin e Vigotsky, a dialética da realidade com a música, a percepção de zonas de aberturas musicais no universo escolar e as aproximações culturais produzidas nestas aberturas. Traz como conclusão algumas contribuições da música na Educação e na formação do sujeito, já que a arte é o social em nós.