ARRUDA NEGREIROS COMO HAUSSMANN DA BAIXADA? CITRICULTURA E ESTRUTURA URBANA NO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU (1930/36)

Lucia Helena Pereira da Silva

Resumo


O município de Nova Iguaçu ocupou o que atualmente denomina-se de Baixada Fluminense, isto é, seu território compreendia Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Queimados e São João de Meriti; tinha sua sede na cidade de Nova Iguaçu, antiga Maxambomba, estação da Central do Brasil. Entre as décadas de 1920 e 1940 o município foi o maior produtor de laranja do estado do Rio de Janeiro tendo por grupo dominante os citricultores, esse grupo iria investir na modernização da estrutura urbana elegendo duas Praças como cenário de poder e palco de atuação de uma pequena reforma urbana, realizada pelo interventor. O Prefeito pode ser visto como agente catalisador de uma ideia de modernidade, cujos ícones foram a urbanização das Praças da área central do distrito-sede e a construção do hospital. Para entender o que significou a renovação urbana ocorrida na gestão do interventor Sebastião Arruda Negreiros (1930/1936) em um município eminentemente rural é necessário articular o ideário de modernização e progresso do grupo citricultor à política local, à dinâmica de ocupação que ocorria no município e à (nova) relação que estava sendo estabelecida, a partir de uma imagem, com a capital federal, em função de sua proximidade geográfica. É análise deste processo, mais especificamente, a própria renovação urbana, a partir do Jornal Correio da Lavoura e de documentos oficiais o objetivo deste texto.

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