DA NEGAÇÃO DO STATUS DE MULHER À MANIFESTAÇÃO DE UMA IDENTIDADE FELINA: AS CRÍTICAS A UMA TRADIÇÃO CULTURAL EM A CONFISSÃO DA LEOA, DE MIA COUTO

Celina de Oliveira Barbosa Gomes, Sérgio Paulo Adolfo

Resumo


DA NEGAÇÃO DO STATUS DE MULHER À MANIFESTAÇÃO DE UMA IDENTIDADE FELINA: AS CRÍTICAS A UMA TRADIÇÃO CULTURAL EM A CONFISSÃO DA LEOA, DE MIA COUTOQuando se trata de tradições culturais e ancestralidade em África, muitas questões são encaradas sob o viés da aceitabilidade, da invariabilidade, mesmo da inacessibilidade, justamente por serem estas antigas e fortemente representativas da população. No entanto, como ocorre, não só em África, mas em diferentes regiões do planeta, muitas destas tradições acabam por perpetrar manifestações um tanto quanto desumanas em relação a alguns indivíduos que estão sob a jurisdição desta, subjugando-os ao poder de seus pares, dentro de um mesmo contexto de atuação. Esta análise busca apresentar algumas críticas a uma tradição cultural moçambicana, contemplada no romance A confissão da leoa, de Mia Couto, a qual invalida o caráter humano da mulher, no que tange ao tolhimento de seus direitos de manifestação, de propensão ao erro, de diferenciar-se do homem, de ter individualidade, bem como, da posse de seu próprio corpo, instigando uma identidade felina defensiva, que vai se manifestar por ataques misteriosos de leoas contra as mulheres da aldeia Kulumani, a fim de dizimar as possibilidades de procriação e de perpetuação da subordinação feminina. Para isto, serão relacionados conceitos propostos por Bosi (1996), Hobsbawn e Ranger (2002), Silva e Silva (2009), Serrano e Waldman (2010) e Garcia (2012).

Palavras-chave


tradição cultural e opressão; mulher; felina.

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