A MATERIALIDADE DO OFÍCIO LITERÁRIO PARA OSMAN LINS

Izabella Cardoso Costa

Resumo


O presente artigo propõe explanar a compreensão do escritor pernambucano Osman Lins (1924 – 1978) a respeito do lugar ocupado pelo ofício literário nas relações sociais e de trabalho. Desenvolver-se-á uma análise de questões centrais para Osman Lins acerca do trabalho criativo. Entre essas questões, destacam-se, em sua obra ensaística, as referentes à materialidade do ofício de escrever, à preocupação ética demandada pela potência da criação literária e ao espaço da literatura diante do cenário de difusão dos meios de comunicação em massa. Far-se-á a síntese do posicionamento assumido por Lins em ensaios de Do ideal e da glória (1977) e Evangelho na Taba (1979), e também de algumas escolhas em sua obra literária, a qual mantém em equilíbrio o experimentalismo formal e o interesse pelas questões do gênero humano. O desenvolvimento que aqui se propõe justifica-se pela contemporaneidade da discussão proposta por Osman Lins, que em muito é coerente com o nosso tempo, no qual acompanhamos a crescente decadência ideológica da produção artística. Comprovar-se-á que Lins defendeu sempre a figura do escritor como um participante dos acontecimentos do seu tempo, do escritor como um homem que segue em frente cumprindo, vigilante, seu ofício, sua missão, seu evangelho.

Palavras-chave


Osman Lins; Ofício literário; Condições materiais do escritor.

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