AS VÁRIAS LITERATURAS DE EMILIO ADOLFO WESTPHALEN

Elys Regina Zils

Resumo


Este artigo parte do cenário peruano dos anos 30, para pesquisar as tensões e debates ideológicos entre nacionalismo e colonialismo, ou cosmopolitismo e indigenismo. Longe de entender estas posições como irredutíveis, esta pesquisa se concentra na figura do poeta Emilio Adolfo Westphalen, cuja obra heterogênea consegue retratar esse “encontro cultural”. Westphalen ao mesmo tempo em que se apropria das novidades da modernidade artística, na elaboração de uma linguagem surrealista, busca uma singularidade que fez com que o poeta lograsse unir vida e poesia, cosmovisão andina e vanguarda. Esta postura condiz com o juízo de Mariátegui (que também interessava-se pelo surrealismo), pois, este afirmava que a literatura nacional deveria incorporar o cosmopolitismo mas conservar a identidade de seu povo. Para ele, a relação entre cosmopolitismo e indigenismo é condição para a criação de uma nova nacionalidade. Nesta discussão, Arguedas acrescenta que deveria ser superado a exaltação do típico indigenismo nostálgico. A amizade com Arguedas foi um dos meios de aproximação de Westphalen com a concepção andina. O programa literário westphaleano dialoga com a cosmovisão andina por meio da percepção da natureza, onde o universo natural vai além da simbologia, para fusionar-se com o homem.



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