MIGUEL TORGA: A RAIZ CONSTRUÍDA E DESCONSTRUÍDA – UMA ANÁLISE DOS CONTOS MAGO E VICENTE
Resumo
O presente artigo situa a estética e o fazer literário de Miguel Torga a partir do movimento idealizado na revista Presença, do segundo modernismo português, mostrando a ideia de uma arte original, sincera, personalista e libertária, uma arte que deveria revelar a verdade mais profunda de cada sujeito, buscando suas essencialidades individuais e situando-se acima dos fatos sociais. São abordados, para tanto, os contos Mago e Vicente, de Miguel Torga, em uma perspectiva da estética deste escritor em sua obra de contos. São expostos alguns pressupostos teóricos relativos à 2ª fase modernista, na qual se defendia a ideia de uma literatura neutra, cujo compromisso fosse exclusivamente com a própria literatura. Em Mago, são analisados aspectos relativos à raiz e sua desconstrução; em Vicente, a relação raiz e reconstrução. Na comparação dos dois textos literários, concluímos que Vicente e Mago configuram-se em dois personagens, dois destinos, duas opções, duas consciências – ações humanas para bichos.
Palavras-chave
Modernismo Português. Universalidade. Presencismo.