LINGUAGEM DA VIOLÊNCIA OU VIOLÊNCIA DA LINGUAGEM

Milena Figueirêdo Maia

Resumo


A violência é tema frequente na literatura contemporânea, sobretudo a partir do fim da Segunda Grande Guerra Mundial. Com o fim do conflito, o mundo sofreu diversas mudanças e, como não poderia deixar de acontecer, essas mudanças afetaram intimamente o panorama literário ocidental. O medo afligiu os sobreviventes dos campos de extermínio e, embora não tivesse sido esquecido, o horror foi silenciado devido ao trauma. Coube à ficção o duro papel de retratar as atrocidades da guerra, para que elas não fossem apagadas da memória das gerações subsequentes, resultando em novos massacres. No presente artigo, analisamos de que forma a violência temática propaga-se no romance Aprender a rezar na Era da Técnica, do escritor português Gonçalo M. Tavares, e atinge a linguagem. Partiremos do pressuposto de que literatura é representação para validar a ideia de que a linguagem é violenta por reproduzir a violência da sociedade. Com base nos estudos de Ronaldo Lima Lins, Silviano Santiago e Linda Hutcheon, buscaremos elementos que nos forneçam aporte para comprovar a iniquidade da linguagem como representação social no romance de Gonçalo M. Tavares.

Palavras-chave


Literatura portuguesa contemporânea; violência; Gonçalo M. Tavares

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