O MUNDO QUE EU VI: MEANDROS DA GENEROSIDADE NAS MEMÓRIAS DE STEFAN ZWEIG
Resumo
Este trabalho aborda as memórias Stefan Zweig, O mundo que eu vi, a fim de debater a impressão de generosidade contida em seu esforço de rememoração. Ao contrário do que comumente encontramos em escritos memorialísticos, o texto de Zweig adota uma perspectiva francamente plural, diluindo a história de um “eu” na amplitude de um “nós”. Assim, ao invés de recompor apenas sua própria trajetória, o autor se ocupa com uma série de quadros biográficos alheios, através dos quais, segundo cremos, procura não apenas contrapor o mundo de antes e de depois das guerras, como também marcar um posição estética e política (nos limites de sua perspectiva finissecular). Em termos de forma, essa posição deixa-se notar pelo uso ora inclusivo, ora exclusivo de primeira pessoa do plural (conforme a proposição de Benveniste), no qual podemos notar o movimento de aproximação e distanciamento entre os leitores de Zweig e seu “mundo de ontem”.
Palavras-chave
Stefan Zweig; O mundo que eu vi; narrativa de memória