“O CRISTO DESPIDO”: (EST)ÉTICA SACRIFICIAL EM PATRICK PEARSE

Raimundo Expedito dos Santos Sousa

Resumo


Na Inglaterra vitoriana e edwardiana, o imperialismo inglês identificou na religião protestante valores coadunados com seu projeto expansionista, tais como a autodisciplina, o espírito combativo e a avidez por prosperidade. Assim, a figura de Cristo foi instrumentalizada, por meio do ideal protestante denominado Hombridade Cristã, na definição do paradigma de masculinidade inglês idealizado por intelectuais imperialista. Neste trabalho, investigarei como esse padrão de hombridade criado em benefício do império inglês foi adaptado pelos irlandeses para desafiarem o próprio império no Levante da Páscoa, de 1916, que marcou o ápice da luta pela descolonização da Irlanda. Para tanto, focalizo o ideário (est)ético de Patrick Pearse, que, além de escritor e educador, foi o principal idealizador do Levante, no qual atuou como comandante-geral, proclamou a independência do país, foi detido e executado. Mediante análise de alguns de seus discursos militaristas e, mais detidamente, da peça alegórica “The Singer”, demonstrarei como sua ressignificação da Hombridade Cristã resultou em um paradigma de hombridade assentado na convergência entre a ética e a estética do sacrifício.

Palavras-chave


Levante da Páscoa; Patrick Pearse; (es)ética sacrificial

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