ALICE MUNRO, MARGARET ATWOOD E MARGARET LAURENCE: DESLOCAMENTOS EMPODERANTES DA MULHER E RECONFIGURAÇÃO DA ESCRITA DE AUTORIA FEMININA CANADENSE NA DÉCADA DE 1970
Resumo
Resumo: Este artigo pretende demonstrar como Lives of Girls and Women (1971), de Alice Munro, The Diviners (1974), de Margaret Laurence e Lady Oracle (1976), de Margaret Atwood reorientam a escrita de autoria feminina no Canadá na década de 1970, período revolucionário no mundo que também ecoou no Canadá pós-colonial, rural, provinciano e fragmentado nos níveis linguístico, religioso, identitário e cultural. Uma vez que a Segunda Onda do Feminismo influenciou várias escritoras canadenses de 1960 a 1980, nestes três romances as protagonistas escritoras põem em xeque pressupostos patriarcais cristalizados; abordam claramente as questões sexuais, de gênero e identidade feminina; e implodem as restrições de “esfera pública/esfera privada”, realçando a relevância dos deslocamentos emocionais, nacionais e transnacionais das protagonistas para o seu empoderamento subjetivo, processo emoldurado pela retomada dos rastros de uma tradição de escrita feminina obliterada, usurpada e silenciada pelo patriarcalismo, mas que ressurge com contornos de diferença da ficção masculina, antes modeladora da representação identitária feminina na literatura. Para esse fim, dentre outros/as teóricas/os, contamos com Virginia Woolf, Toril Moi, Coral Ann Howells, Elaine Showalter, Mary Eagleton, Sandra Almeida e Eva Hoffman.
Palavras-chave
Literatura canadense; autoria feminina; identidades; deslocamentos.