K. RELATO DE UMA BUSCA E O IRMÃO ALEMÃO: A TRADIÇÃO REALISTA & NATURALISTA RELIDA POR BERNARDO KUCINSKI E CHICO BUARQUE

Lúcia Helena

Resumo


O artigo estuda duas obras contemporâneas, K. Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski, e O irmão alemão, de Chico Buarque, ambas publicadas em 2014. Toma como ponto de partida investigar, com base teórica no conceito da História como ruína, de Walter Benjamin, como os dois escritores realizam, na atualidade da globalização, um diálogo com a tradição realista e naturalista, a partir do tema da busca, focalizado comparativamente, nas diferenças e semelhanças. Sem que os dois escritores adotem um procedimento neorrealista ou neonaturalista, é importante notar que em ambos os textos sob a forma de rememoração e diálogo indireto, nelas estão presentes matrizes da tradição com a qual eles discutem, ao reavivarem, de modo original, o papel da literatura não como protesto, mas como forma de intervenção no mundo, sob as expensas da articulação ficcional de memória, biografia, história, do que resulta produzirem uma ficção-limite que, no caso de Kucinski tem como o outro da prosa o dramático e, no de Chico Buarque, o lírico. No conjunto, os dois textos rediscutem, na atualidade, a retomada de possível ameaça à liberdade, na globalização como fábula indigesta.

Palavras-chave


K. Relato de uma busca; O irmão alemão; tradição revisitada; História como ruína, Kucinski e Buarque.

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