A (IN)SCRIÇÃO DO EU: UMA LEITURA DE DESTE VIVER AQUI NESTE PAPEL DESCRIPTO: CARTAS DA GUERRA E DE MEMÓRIA DE ELEFANTE, DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES

Graziele Maria Valim, Diana Navas

Resumo


O presente estudo objetiva refletir acerca da manifestação da escrita de si na produção de António Lobo Antunes. Intenta-se demonstrar a aproximação entre o sujeito que figura em seu romance inicial, Memória de Elefante (1979), considerado pela crítica como autobiográfico, e o seu livro de cartas, Deste viver aqui neste papel descripto: cartas da guerra (2005). Partindo, em especial, das reflexões de Foucualt, Lejeune, Doubrovsky e Arfuch, que propõem conceitos como os de pacto autobiográfico, autoficção e espaço biográfico, a presente pesquisa constata que, nas obras antunianas, o autor faz uso de suas vivências autobiográficas, privadas, para, pelo viés da ficção, transmutar os fatos verídicos em uma poética ficcional, em uma história que tende a convidar o leitor a lê-la não apenas como uma ficção que remete a uma verdade de natureza humana, mas também como um espectro capaz de revelar um indivíduo que pode ser a representação estética do autor.

Palavras-chave


escrita de si; espaço biográfico; António Lobo Antunes.



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