LITERATURA DECADENTISTA E ILUSTRAÇÃO: Do monstro em claro-escuro pesadelo ao Russo multicor

Eloísa Porto Corrêa Allevato Braem

Resumo


Portugal Pequenino, obra de Maria Angelina e Raul Brandão, divide opiniões quanto à sua possível classificação como obra para crianças. Isso porque, por um lado, vale-se de elementos da natureza personificados, bruxas, metamorfoses e outras imagens recorrentes nas narrativas maravilhosas. Por outro lado, aborda temáticas consideradas por alguns como inadequadas ao público infantil, tais como a decadência de Portugal no século XX, exploração do trabalhador, violência contra idosos, descuido com o meio ambiente, delinquência e desamparo à infância. Além disso, Portugal Pequenino estabelece diálogos intertextuais com obras para adultos, como Os Lusíadas, e com histórias da literatura infantil, entre elas o Pequeno Polegar, de Perrault. Ao dedicarem sua obra “aos filhos dos outros” (BRANDÃO, 1985, p. 17), os autores parecem eleger um público-alvo para seu texto, mesmo sem descartar outros leitores. Neste artigo, estabelecemos algumas relações entre Portugal Pequenino e a restante obra brandoniana, depois entre essa obra literária e duas ilustrações da personagem Russo, produzidas por Mário Dias (1970) e Antônio Pimentel (1985). Para isso, recorremos à fortuna crítica da obra de Raul Brandão e a estudos sobre artes visuais e suas relações com a literatura, como os de Maria Nikolajeva e Carole Scott (2011).

Palavras-chave


Portugal Pequenino, Literatura de Raul Brandão, Ilustração

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