OS ESTABILIZADORES DA MEMÓRIA NA RECONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DA CIVILIZAÇÃO JUDAICO-CRISTÃ: UMA INTERPRETAÇÃO DE SAUDADES DA PÁTRIA E [SUPER FLUMINA…]

Nágela Neves da Costa, Clarice Zamonaro Cortez

Resumo


O presente artigo objetiva investigar os estabilizadores da memória, forças que regem o processo da recordação e que emprestam confiabilidade às memórias do sujeito. As ideias de Aleida Assmann sobre os estabilizadores, publicadas em Os espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural, será o nosso principal apoio teórico. Valendo-nos desses pressupostos, propomos a leitura do Salmo 137, Saudades da Pátria e [Super Flumina…], de Luís Vaz de Camões, em busca de vestígios da identidade da civilização judaico-cristã, os quais são reconstituídos pela memória do sujeito lírico na composição poética camoniana, considerando que Sião e Babilônia são dois símbolos fundamentais na reconstrução das memórias do sujeito lírico. O afeto, reavivado pelas saudades da terra natal e do tempo passado, bem como o trauma, vivenciado no tempo presente, estabilizam as memórias do “eu” que, descritas poeticamente, são realçadas por um tom narrativo, marcando a sutileza da linguagem camoniana.

Palavras-chave


Memória; Identidade; Babel e Sião.

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