GÊNERO E DIÁSPORA: O DISCURSO FORMATIVO DO HORROR NA CONFIGURAÇÃO DA IMAGEM DA MULHER INDÍGENA NA NOVELA ÓRFÃOS DO ELDORADO, DE MILTON HATOUM

Cacio José Ferreira, Norival Bottos Junior

Resumo


Este trabalho discute o tema do horror causado pelas relações de poder resultantes de questões relacionadas ao gênero e a diáspora impressas, principalmente, na região amazônica, em corpos femininos indígenas, a partir da novela Órfãos do Eldorado (2008) de Milton Hatoum. O objetivo é abordar o modo como o gênero permite observar diferentes instâncias fundadoras de intencionalidades de produção de subjetividades, como as diferentes construções de sujeitos e o modo como essas construções identitárias se exprimem ou se calam para sempre no mundo amazônico e nos confins dos subúrbios de Manaus. A impunidade do feminicídio é reproduzida interminavelmente na região amazônica, neste sentido, falar especificamente do ponto de vista do corpo feminino como território reinventado pela soberania do patriarcalismo significa falar também do horror da colonização de povos indígenas, porque o mundo-aldeia, metaforicamente, pode ser entendido como o lado feminino da história, ao passo que o mundo colonial, articulado em torno da dominação do “outro” que é evidentemente inferior, pode ser percebido pela forma expressiva da dominação masculina e do efeito diaspórico da figura feminina indígena no espaço-aldeia e no espaço urbano. O aporte teórico se baseia nos estudos de autores como Stuart Hall, Maria Rita Segato e Edward Said.

Palavras-chave


Diáspora; Gênero; Milton Hatoum

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