FAZER(-SE) DE BOBO, DAR (UMA) DE BOBO E PASSAR(SE) POR BOBO: COMO FUNCIONAM?

Jeane Nunes da Penha

Resumo


Com base na Linguística Funcional-Cognitiva (BYBEE, 2003; DIESSEL, 2015) e na Gramática das Construções (GOLDBERG, 1995, 2006) e levando em consideração os fenômenos de mudança (TRAUGOTT & TROUSDALE, 2013) e da variação (CAPELLE, 2006; HILPERT, 2014; WIEDEMER & MACHADO VIEIRA, 2018b), este artigo focaliza a configuração morfossintática, lexical, semântica, discursiva, pragmática e cognitiva de construções com verbos-suportes do Português Brasileiro do tipo [verbo suporte + preposição + nome], tais como: fazer de tonto(a), dar uma de difícil, passar por inteligente. A metodologia de análise para composição dos corpora deu-se por meio de coleta de dados em textos escritos (via Google), e busca-se: mapear as propriedades envolvidas nesses tipos de estruturas e observar se há indícios de variação, mudança construcional ou de construcionalização. Os resultados indicam que determinados construtos da construção mais esquemática são empregados pelos falantes quando há uma tentativa de causar uma ação direta ou indireta sobre o seu interlocutor ou para dissimular uma real intenção ou sentimento com relação a uma situação. Além disso, alguns domínios discursivos contribuem para detectar variação entre algumas formas, percebidas como aloconstruções.

Palavras-chave


Construções com verbos-suportes; Linguística Funcional Cognitiva; Gramática de Construções.

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