CONSTRUÇÕES PRONOMINAIS DE TERCEIRA PESSOA COMO ACUSATIVO ANAFÓRICO: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, ALOCONSTRUÇÕES E TRADIÇÃO DISCURSIVA
Resumo
Este artigo pretende analisar aspectos formais – principalmente morfossintáticos – e semântico-funcionais dos objetos diretos anafóricos pronominais de terceira pessoa, considerando a variação linguística, sob a perspectiva da Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001; BYBEE, 2010; DIESSEL, 2015). Serão analisadas as várias formas de realização desses objetos diretos, a partir das considerações variacionistas desse fenômeno apresentadas em Duarte (1986), e suas motivações morfossintáticas, semânticas e discursivas. Concentrando-nos nas realizações pronominais na composição do acusativo anafórico de terceira pessoa, analisamo-las como construções sinonímicas em certos contextos discursivos, podendo ser intercambiáveis em alguns casos, resguardadas as diferenças provocadas. Com o devido corpus, ao tratarmos da variação nessas construções, utilizaremos o conceito de aloconstruções para interpretarmos os atributos de forma e de função que caracterizam essas construções pelas relações sinonímicas entre elas. Além disso, usando a concepção de padrão discursivo associado ao conceito de tradição discursiva, justificaremos a presença de algumas construções com pronomes clíticos acusativos no corpus. Também mostraremos que as diferenças socioculturais entre os missivistas – fatores extralinguísticos – não impedem a existência de construções [+ formais], como as com clíticos, nos três conjuntos de cartas que compõem nosso corpus.
Palavras-chave
construções pronominais; aloconstruções; Gramática de Construções.