Entre poética e política: uma breve análise de aspectos antropológicos e miméticos em Mario Vargas Llosa e Eduardo Galeano
Resumo
A partir de algumas reflexões acerca da construção de uma poética da ficção pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa, expressa e organizada em boa parte de seus textos críticos, este artigo tem por objetivo compreender em que medida a dimensão antropológica da experiência ficcional, centrada no indivíduo, dialoga com a proposta política defendida por Vargas Llosa a partir dos anos 1970, ancorada em ideais do liberalismo clássico, definindo sua posição acerca do papel da literatura como separado do curso da história. Para isso, partindo das ideias expressas em alguns de seus textos, especialmente aqueles dos anos 1980, realizaremos um comparativo entre estes posicionamentos e as propostas de reflexão do escritor uruguaio Eduardo Galeano com relação às possibilidades e funções da literatura, apresentadas em alguns de seus escritos. A proposta é compreender em que medida a dimensão antropológica da ficção e também a relação entre literatura, política e mundo são elementos discutíveis por ambos os autores em contextos culturais e históricos similares, mas que tocam e posicionam seus discursos em concepções de sociedade e de arte totalmente distintas.
Palavras-chave
Mario Vargas Llosa; Eduardo Galeano; Literatura latino-americana