A LITERATURA, O REAL E O RURAL NO CONTO "A GUERRA DE MARIA RAIMUNDA", DE MARIA VALÉRIA REZENDE

Andre Rezende Benatti

Resumo


Este trabalho tem o objetivo de analisar o conto “A Guerra de Maria Raimunda”, de autoria de Maria Valéria Rezende, e publicado originalmente no ano de 2011, na coletânea de contos Vasto Mundo sob o viés da representação do que nomeamos como ruralidade. No artigo, investiga-se como as violentas tensões – marcantes do realismo brasileiro - retratadas entre um grande latifundiário e pequenos posseiros no fictício vilarejo de Farinhada são, de acordo com os termos de Tânia Pellegrini (2012), uma refração da realidade social brasileira. Uma existência vivenciada pela autora - ela própria uma defensora da democratização do acesso à terra, através da Reforma Agrária no Brasil – e por uma miríade de brasileiros invisibilizados, esquecidos do debate público, mas trazidos a ele, através de uma literatura engajada politicamente. Para tal, parte-se de uma revisão da situação da distribuição de terras no país, pensando-se nas relações que as personagens da obra – um empresário, mais associado à monetarização do meio rural e, por fim, camponeses que encontram nesse meio não somente uma forma de subsistência, mas também um campo de acesso a seu patrimônio cultural – possuem com o espaço. Tomamos como referências principais para auxiliar nossa leitura os estudos de Tânia Pellegrini, Roland Bathes e Antonio Candido.

Palavras-chave


Realismo brasileiro; Literatura rural; Reforma Agrária; Maria Valéria Rezende; Vasto mundo (2015)

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