PRESCRIÇÕES NEGATIVAS EM MANUAIS DE SAÚDE DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX, NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Silvana Silva

Resumo


Sabemos o quanto o século XIX foi decisivo na construção do saber médico, não apenas pela culminância da construção de uma “ciência” em acordo com pressupostos biopolíticos (Foucault, 2004), mas também pela diversidade linguística encontrada nos textos médicos. Temos como objetivo compreender a presença de prescrições negativas em dizeres médicos contidos em Manuais de Saúde que circularam no Rio Grande do Sul, Brasil, do Século XIX. Tomamos com referencial teórico o processo linguístico da gramaticalização como fator de operacionalização da mudança linguística (Gonçalves, Lima-Hernandes, Casseb-Galvão, 2007; Oliveira, 2016). Coletamos prescrições negativas em seis (6) capítulos sobre aleitamento materno de Manuais de Saúde, encontrados em Arquivos do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, Brasil, a saber, Imbert (1853), Raspail (1860), Reys (1874), Schwabe (1905), Souza Soares (1908), e Silveira (1925) para observação do processo de gramaticalização das prescrições negativas. Os resultados indicam que, a partir do Manual de 1874, há um processo de desaparecimento das prescrições negativas concomitante a um incremento de formas afirmativas de dizer. Concluímos que há um processo de gramaticalização em curso, no entanto, é necessário ampliar o corpus de análise para ratificar esses resultados.

Palavras-chave


Textos médicos do século XIX. Prescrições negativas. Gramaticalização. Arquivos Públicos do RS, Brasil

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