ALQUIMISTAS DO ORDINÁRIO E TESSITURAS SURREALISTAS: REPRESENTAÇÕES DO ‘REAL’, VOZES E IMAGENS DO INVISÍVEL NAS POESIAS PORTUGUESA E BRASILEIRA CONTEMPORÂNEAS

Elizabete Farias de Castro

Resumo


Conquanto são privilegiadas ideias, temáticas, abordagens e estéticas realistas, o olhar voltado ao submerso do mundo é sempre revolucionário e visionário, pois busca penetrar o íntimo do que quer ser visto inviolável. Em todas as épocas, a humanidade relaciona-se com o ‘real’ que excede, mas também nutre-se, (d) o material de modo profundamente simbólico, de onde insurgem (re)criações do mundo sensível e do mundo das ideias elaboradas a partir da abstração dos sentidos. Na modernidade, o Surrealismo fez da criação poética, em estado entre sono e vigília, uma arte voltada ao mundo pelo que nele se pode ser experienciado e fingido de modo ontológico, teológico ou suprassensível, de modo que suas elaborações abstratas, semioticamente complexas, tem sua razão de ser pela abstração do pensamento linear e fundações da realidade percebida. Podemos observar, amparados nos contributos dos estudos antropológicos e filosóficos do imaginário, repercussões dessa estética na poesia contemporânea portuguesa e brasileira, nomeadamente em poemas de Isabel Meyrelles, Leonora Rosado, Roberto Piva e Rita Medusa.

Palavras-chave


poesia contemporânea brasileira; poesia contemporânea portuguesa; Surrealismo e representações do ‘real’.

Texto completo:

PDF


Locations of visitors to this page