CONCEPÇÃO BAKHTINIANA DE LINGUAGEM: INTERFACES COM O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Renata Cristina Alves Polizeli, Marcos Antonio Rodrigues, Silvia Regina Peres

Resumo


O presente texto objetiva refletir sobre a concepção de linguagem de cunho bakhtiniano e as possíveis articulações com o ensino de língua portuguesa, enquanto componente da educação básica. Para isso, primeiramente, fundamenta-se na concepção de linguagem como substância essencial sendo a interação verbal, de modo a dialogar com outros textos e discursos, não constituindo, consequentemente, como uma produção monológica ou realizada no vazio. De outro lado, estão os pressupostos do componente de Língua Portuguesa, orientados pela concepção de linguagem advinda dos Parâmetros Curriculares Nacionais e reiteramos pela Base Nacional Comum Curricular, enquanto enunciativo-discursiva, ancorando as práticas de linguagem e os campos de atuação, na seleção e tratamento dos gêneros discursivos. Metodologicamente, está o cotejo, proposto por Geraldi, no qual é possível colocar um texto em diálogo com os outros textos, com vistas a construção de interpretações que fundamentem a defesa de uma tese, aqui, se há possibilidade de estabelecimento de aproximações entre a epistemologia bakhtiniana, via recorte da concepção de linguagem, em relação à concepção de linguagem que se apresenta nos documentos oficiais. Os resultados indicam que o caráter axiológico, fundante para concepção de linguagem bakhtiniana, tende ao apagamento nos documentos oficiais, o que provoca um deslocamento significativo no qual a linguagem pode não ser compreendida por meio de seus aspectos interacionais.

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