GABRIEL MARQUES (1892-1980), CRONISTA DA SUB-HUMANIDADE
Resumo
O artigo apresenta a trajetória do escritor paulista esquecido Gabriel Marques (1892-1980) e busca compreender seu lugar na tradição literária brasileira. O subtítulo do artigo é retirado de uma entrevista de Afonso Schmidt (1950), que descreve o escritor como um “cronista da sub-humanidade”, empenhado em descrever as tragédias e misérias do cotidiano da urbe paulistana. Propomos que Gabriel Marques foge a enquadramentos pré-estabelecidos das “escolas literárias” (romantismo x realismo), representando uma modalidade híbrida de narrativa moderna e bastante popular no começo do século XX, moldada a partir da mistura de várias tradições, incluindo o gótico-romantismo, o naturalismo científico e a imprensa policial e sensacionalista. Para explorar as vertentes reconhecíveis na literatura do escritor, seus temas e técnicas, estudamos dois contos de seu volume de estreia, Os condenados: contos atrozes (1922): “Os condenados” e “Os espelhos”.
Palavras-chave
Gabriel Marques; Naturalismo; Gótico; Literatura e Imprensa