A LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E SOCIAL DA CRIANÇA SURDA

Luiz Cláudio de Oliveira Antonio, Luciana Mattos Castiñeiras de Siqueira, Rosana Prado

Resumo


O estudo investiga jogos e brincadeiras sob diferentes perspectivas teóricas, com foco nas experiências lúdicas de crianças surdas. Por meio de pesquisa bibliográfica e exploratória, analisa-se a distinção entre jogo e brincadeira, destacando contribuições de autores como Kishimoto (1995, 1996), Torres (2020) e Musyoka (2015). Embora ambos envolvam regras e imaginação, a brincadeira é marcada pela espontaneidade e subjetividade, enquanto o jogo possui estrutura mais formal. No contexto da infância surda, a visualidade é central nas práticas lúdicas, sendo a ludicidade, segundo Luckesi (2014), um estado interno de prazer e engajamento fundamental para o desenvolvimento cognitivo, especialmente quando mediada pela Libras. O brincar das crianças surdas é semelhante ao das ouvintes em temas, mas difere na expressão, destacando uma corporeidade visual e gestual própria. Defende-se a necessidade de práticas pedagógicas bilíngues, culturalmente sensíveis e visualmente acessíveis, que valorizem a identidade surda e superem abordagens apenas adaptativas. O brincar é reconhecido como atividade simbólica e política, promotora do desenvolvimento global. Conclui-se que garantir o direito ao brincar na infância surda exige reconhecer a visualidade como dimensão identitária e envolver adultos surdos como referências culturais, tornando jogos e brincadeiras espaços de afirmação de linguagem, cultura e subjetividade.

Palavras-chave


Ludicidade. Brincadeira. Crianças Surdas. Visualidade. Desenvolvimento Infantil.

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