ENTRE SINAIS E VOZES: A TRADUÇÃO INTERMODAL DA POESIA SURDA PRETA

Vitória Cristina Amancio, Carlos Henrique Rodrigues

Resumo


Este artigo analisa o processo de tradução intermodal da poesia Surda Preta, originalmente concebida em Libras (modalidade gestual-visual), para o português brasileiro (modalidade vocal-auditiva), conforme definição de Rodrigues (2022). A partir de uma abordagem qualitativa, investiga-se como os códigos de significação presentes no texto-fonte — iconográficos, paralinguísticos, de mobilidade, de planificação, gráficos, sintáticos e musicais — influenciaram diretamente as escolhas tradutórias, especialmente na construção prosódica do texto-alvo (Chaume, 2004; Matos, 2022). A reflexão teórica se ancora nos estudos sobre tradução intermodal e intermedialidade (Rodrigues, 2022; 2023; Liensen, 2015), bem como na compreensão da tradução como prática metarreflexiva e criativa (Hurtado Albir, 2001; Baker, 2018). O estudo evidencia a tradução como um exercício de transcriação, em que elementos visuais e performáticos são convertidos em efeitos sonoros, resultando em uma nova estética poética capaz de ressoar no público ouvinte. Ao articular corpo, voz e cultura, a tradução proposta afirma-se como um ato de (re)criação estética e simbólica, que reformula a obra de modo congruente a sua força expressiva.

Palavras-chave


tradução intermodal; transcriação; códigos de significação; Libras; intermedialidade

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