Cinco Apontamentos Ergológicos Sobre o Novo RH
Resumo
As transformações econômicas, sociais e políticas das últimas décadas delineiam novos rumos no mundo do trabalho e das organizações, levando ao surgimento de novas tecnologias de gestão. Uma das consequências é que a área de gestão de pessoas tem saído do velho lugar de “departamento de pessoal” e rumado para um novo perfil: a gestão estratégica de pessoas. Esse novo perfil coloca o fator humano como fator crítico de sucesso organizacional e funciona como um “negócio interno”, buscando fortalecer a competitividade organizacional. Entretanto, sobre essa abordagem, nota-se ausência de questionamentos sobre o trabalho como atividade humana. Assim, esse artigo busca salientar a necessidade de apreciação desses questionamentos, indispensáveis para se compreender o trabalho e o “humano” dos recursos. Para tanto, são feitos cinco contrapontos de termos e conceitos utilizados na literatura sobre o assunto com o aporte teórico da Ergologia, apontada aqui como perspectiva alternativa para compreensão do trabalho humano: recurso humano versus corpo-si; prescrição versus real; cultura versus valor; comportamento versus uso de si; “CHA” versus competência industriosa. Conclui evidenciando o ponto de vista do trabalhador, ausente na literatura sobre o novo RH, como essencial para compreensão do trabalho humano, ponto de vista esse revelado pela Ergologia.