DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CAPITALISMO: UMA COEXISTÊNCIA CONTRADITÓRIA

Luciano Bispo dos Santos, Elmo Rodrigues da Silva

Resumo


A partir das décadas de 1960 e 1970, por conta dos movimentos ambientalistas, os problemas relativos à poluição e escassez de recursos para a produção industrial não passaram despercebidos e foram, pouco a pouco, incorporados como “variáveis ambientais” na discussão sobre a sociedade industrial. Frente às questões ambientais, o sistema capitalista vem incorporando conceitos e adotando práticas “politicamente corretas” para tornar possível sua reprodução. Em outras palavras, o sistema capitalista conseguiu incorporar a variável “meio ambiente” como um novo produto a ser comercializado, abrindo um novo nicho de mercado que possibilita gerar mais acúmulo de riqueza desigual. A própria noção de desenvolvimento sustentável passou a ser adotada pelo sistema capitalista como forma de se autorreproduzir e de não impedir o desenvolvimento econômico, de modo que os problemas ambientais, além de não incorporar a variável social, foram “solucionados” a partir de tipos de compensação de degradação ambiental. Frente a estas questões, o objetivo do presente artigo é explicitar a contraditoriedade entre o ideário do desenvolvimento sustentável e o modelo capitalista vigente, a partir da observação das estratégias de autorreprodução do sistema capitalista.

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