NOTAS DE PESQUISA SOBRE FORMAÇÕES FAMILIARES E TRAJETÓRIAS DE MOBILIDADE SOCIAL DE AFRICANAS NO RIO DE JANEIRO DA VIRADA DO XVIII E INÍCIO DO XIX (IGUAÇU E JACUTINGA)
Resumo
Resumo
O artigo enfatiza a possibilidade de mobilidade social de mulheres escravas, sobretudo africanas, em áreas rurais da sociedade colonial/imperial. Frisa também as formações familiares existentes e os relacionamentos engendrados por elas a fim de se protegerem diante das agruras da escravidão. Igualmente, salienta a importância da mulher nas relações familiares e detecta sua preponderância no que tange ao estabelecimento de redes de relacionamentos, inclusive sexual-afetivo. Como suporte para as assertivas aludidas examinou-se alguns fragmentos das trajetórias de Custódia de Souza e Joana de nação. Detectou-se que ambas as cativas fizeram uso dos recursos que tinham para ascenderem socialmente: uma pelo viés do parentesco ritual e do trabalho nos engenhos de farinha da região, enquanto outra escolheu contrair um relacionamento sexual-afetivo com seu senhor, sem que negasse também a importância do parentesco e do trabalho. Deste modo, pôde se inferir que a mobilidade social em regiões rurais era possível e estava para além do comércio, no sentido lato, como é tão enfocado em áreas urbanas.
Palavras-chave: mulher escrava- formações familiares- mobilidade social
O artigo enfatiza a possibilidade de mobilidade social de mulheres escravas, sobretudo africanas, em áreas rurais da sociedade colonial/imperial. Frisa também as formações familiares existentes e os relacionamentos engendrados por elas a fim de se protegerem diante das agruras da escravidão. Igualmente, salienta a importância da mulher nas relações familiares e detecta sua preponderância no que tange ao estabelecimento de redes de relacionamentos, inclusive sexual-afetivo. Como suporte para as assertivas aludidas examinou-se alguns fragmentos das trajetórias de Custódia de Souza e Joana de nação. Detectou-se que ambas as cativas fizeram uso dos recursos que tinham para ascenderem socialmente: uma pelo viés do parentesco ritual e do trabalho nos engenhos de farinha da região, enquanto outra escolheu contrair um relacionamento sexual-afetivo com seu senhor, sem que negasse também a importância do parentesco e do trabalho. Deste modo, pôde se inferir que a mobilidade social em regiões rurais era possível e estava para além do comércio, no sentido lato, como é tão enfocado em áreas urbanas.
Palavras-chave: mulher escrava- formações familiares- mobilidade social