O CORPO/ FALA SUBALTERNA DO FEMININO NEGRO NA OBRA NIKETCHE: LOCUS DA DOMINAÇÃO MASCULINA
Resumo
A presente comunicação deriva de uma pesquisa bibliográfica às seguintes obras teóricas: Literatura e Sociedade, de Antonio Cândido (2006), O Atlântico Negro, Paul Gilrouy (2001), Dominação Masculina de Pierre Bourdieu (2002), Pode o Subalterno Falar? de Spivak (2010) e objetiva, a partir da releitura crítica da obra literária, Niketche: uma história de Poligamia (2004) de Paulina Chiziane investigar a plasticidade da dominação intergênero e seu processo de violência simbólica e corporal empreendido sobre a mulher negra, através da autoridade e virilidade masculinas da sociedade moçambicana. Tal empreendimento acaba por revelar a personagem Rami, em transgressão às normas comportamentais esperadas pelo grupo comunitário de origem; levando-a a sair da invisibilidade, ao assumir no interior da obra e fora o direito do lugar de fala, como sujeito da enunciação.