O TESTEMUNHO REVISITADO E A LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Lua Gill da Cruz

Resumo


Há algumas décadas, estudos sobre a memória têm se intensificado e se tornado parte das reflexões de diferentes áreas do conhecimento. O fenômeno chamado de boom da memória deu-se, principalmente, ao final da Segunda Guerra Mundial, quando se buscou preservar relatos de sobreviventes, a partir de diferentes formas de representação. A literatura, em especial, nesta balança entre a necessidade de representação do trauma e a sua impossibilidade, encontrou no testemunho o seu principal exemplo. No Brasil, depois do golpe militar de 1964, as artes também procuraram refletir sobre a realidade brasileira nesta tentativa de narrar “o inenarrável”, contando sobre o que resiste à representação, inclusive sob a forma de testemunho. Cinquenta anos depois, a literatura continua procurando compreender o período vivido. Esta intervenção pretende, portanto, revisitar e rediscutir o conceito de testemunho através da leitura intertextual e interdiscursiva de duas obras da literatura brasileira contemporânea, Não falei, de Beatriz Bracher, e K. – relato de uma busca, de Bernardo Kucinski, e dessas com outros textos, literários ou não, visando à contextualização histórica e cultural e mobilizando proposições teóricas de outras áreas como conhecimento, como História, Educação, Política e Psicanálise.

Palavras-chave


Não falei; Ditadura; K. – relato de uma busca.

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