VERDADES ABSOLUTAS: O PODER DA LINGUAGEM

Verônica Fanciele Seidel, Charlies Uilian de Campos Silva

Resumo


Tanto Mikhail Bakhtin quanto Friedrich Nietzsche esclarecem que as palavras correspondem apenas à relação do indivíduo com as coisas. Ou seja, nenhum fenômeno da natureza tem significado em si mesmo, sendo justamente por meio da discursivização que algum significado será atribuído a este ou àquele fato. Com base nisso, é legítimo pensar que a verdade e os valores aceitos em qualquer sociedade são construções estabelecidas a partir da linguagem e estruturantes das práticas e dos discursos. Como únicos detentores dessa capacidade de comunicar, entretanto, é preciso refletir sobre as implicações dessas construções em nossas próprias vidas e na vida dos outros seres. Diante disso, pretendo estabelecer uma reflexão de ordem teórico-prática, baseada em conceitos cunhados por Nietzsche e Bakhtin, para discorrer acerca de um tema pragmático tão presente em nosso cotidiano: o (não)fundamento da alimentação atual. Contudo, embora sejamos os únicos seres conhecidos dotados dessa faculdade (a de comunicar nossas verdades e nossos valores), não somos a única espécie – conceito também formulado e acatado por nós mesmos – capaz de sentir, seja fome, frio, medo, dor ou alegria. Utilizamos, ou pelo menos assim o é em grande medida, nosso poder de linguagem, apesar disso, justamente para negar tal questão.

Palavras-chave


valores; construções; discursivização

Texto completo:

PDF


Locations of visitors to this page