HÁ DENÚNCIA NA OBRA DE HERMILO BORBA FILHO: LITERATURA E MEMÓRIA

Resumo

O trabalho mobiliza diálogo entre arte, direitos humanos e memória. Para isso, acredita que a arte, em sentido amplo, é uma das formas de resistência às dores e às sombras do ser humano ao longo de sua história. Como não podia ser diferente no Regime Ditatorial (1964-1985), a arte foi afetada pela violência e repressão política. Reconstruir, portanto, a memória dos artistas e de suas obras é um sinal de que a arte, ao se engajar politicamente, propõe reflexões sobre as situações de desrespeito à dignidade da pessoa humana. Este artigo tem por objetivo analisar a literatura de Hermilo Borba Filho, como forma de resistência às violações de direitos humanos durante a Ditadura Militar, acreditando que ao rememorar a voz do autor contribuiremos para a “educação para o nunca mais” no âmbito formal e não-formal. Das considerações sugeridas por este estudo percebemos que é necessário desenvolver estratégias políticas para a leitura da arte como enfretamento das injustiças individuais e sociais, pois promove uma cultura de tolerância, de empatia, além de respeito às diferenças, valores fundamentais para constituição de uma sociedade plural e democrática. Assim, o trabalho considera que ao reconstruir a verdade e a memória da cultura engajada de outrora denuncia as violações de direitos humanos promovidas pelo governo autoritário e, principalmente, previne para que nunca mais aconteça essas violações.
Palavras-chave: arte literária; direitos humanos; Hermilo Borba Filho.