NARRANDO A DIÁSPORA: OS ENTRELUGARES CULTURAIS E IDENTITÁRIOS EM I, TITUBA, BLACK WITCH OF SALEM, DE MARYSE CONDÉ

Leonardo Júnio Sobrinho Rosa, Luiz Manoel da Silva Oliveira

Resumo


I, Tituba, Black Witch of Salem, de Maryse Condé, constitui-se como uma tentativa de resposta ao vazio encontrado nos registros históricos e documentais sobre Tituba, mulher negra e escravizada, que foi acusada de praticar bruxaria em Salém em 1692. O apagamento de Tituba evidencia a necessidade de ações que enfatizem o que foi omitido sobre ela. O romance de Condé promove a elaboração de novos espaços enunciativos, pois reelabora criticamente a história de uma personagem cuja existência é inquestionável. Revisões e releituras de acontecimentos históricos rompem com o silenciamento imposto por discursos hegemônicos e permitem o surgimento de novas histórias. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo analisar a vivência da diáspora, do trânsito e dos deslocamentos no romance da escritora antilhana. Tituba, enquanto sujeito diaspórico, encontra-se na confluência entre culturas, nações e identidades. I, Tituba, Black Witch of Salem tematiza a importância de jornadas em direção a novos lugares, bem como o retorno às origens, visando reconfigurar uma identidade fragmentada em virtude de deslocamentos e transformações culturais. O romance de Maryse Condé mostra a forma como a diáspora e o colonialismo marcam a protagonista da narrativa e refletem a pluralidade das escritas migrantes e do cruzamento de fronteiras.

Palavras-chave


Diáspora; Entrelugar; Identidade.

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