NARRANDO A DIÁSPORA: OS ENTRELUGARES CULTURAIS E IDENTITÁRIOS EM I, TITUBA, BLACK WITCH OF SALEM, DE MARYSE CONDÉ
Resumo
I, Tituba, Black Witch of Salem, de Maryse Condé, constitui-se como uma tentativa de resposta ao vazio encontrado nos registros históricos e documentais sobre Tituba, mulher negra e escravizada, que foi acusada de praticar bruxaria em Salém em 1692. O apagamento de Tituba evidencia a necessidade de ações que enfatizem o que foi omitido sobre ela. O romance de Condé promove a elaboração de novos espaços enunciativos, pois reelabora criticamente a história de uma personagem cuja existência é inquestionável. Revisões e releituras de acontecimentos históricos rompem com o silenciamento imposto por discursos hegemônicos e permitem o surgimento de novas histórias. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo analisar a vivência da diáspora, do trânsito e dos deslocamentos no romance da escritora antilhana. Tituba, enquanto sujeito diaspórico, encontra-se na confluência entre culturas, nações e identidades. I, Tituba, Black Witch of Salem tematiza a importância de jornadas em direção a novos lugares, bem como o retorno às origens, visando reconfigurar uma identidade fragmentada em virtude de deslocamentos e transformações culturais. O romance de Maryse Condé mostra a forma como a diáspora e o colonialismo marcam a protagonista da narrativa e refletem a pluralidade das escritas migrantes e do cruzamento de fronteiras.
Palavras-chave
Diáspora; Entrelugar; Identidade.