O USO DO CLÍTICO SE COM VERBOS NÃO ACIONAIS EM TEXTOS DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Resumo
Este artigo tem como objetivo investigar o comportamento do clítico SE com verbos não acionais em textos escritos de audiências públicas, considerando aspectos funcionais como função clítica, grau de transitividade e relevo discursivo. Para isso, utilizamos o Corpus Brasileiro v. 2.3 da Linguateca, acessível através do portal https://www.linguateca.pt. Deste corpus, retiramos exemplos de textos escritos de audiências públicas para analisarmos o comportamento do clítico SE com verbos não acionais, com o intuito de elaborar o panorama funcional deste uso linguístico. Como amparo teórico deste trabalho, baseamo-nos em estudiosos como Camacho (2003), Castilho (2014), Furtado da Cunha e Souza (2011), Givón (1995/2001), dentre outros, que entendem o uso da gramática como sistema adaptativo e o uso do texto como lugar concreto onde a língua se realiza e se atualiza. Na análise qualitativa dos dados, evidenciamos estratégias gramaticais e discursivas que envolvem o uso da língua para alcançar objetivos comunicativos, tais como uso de clíticos com verbos não acionais (excluindo os verbos acionais), o emprego de verbos de transitividade baixa e não transitividade alta, a escolha de relevo de fundo e não de figura.
Palavras-chave
Uso Linguístico. Clítico Se. Relevo Discursivo