UMA PRINCESA VAMPIRA: O VAMPIRISMO COMO METÁFORA DA LIBERTAÇÃO FEMININA NO CONTO A NEUROSE DA COR, DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA

Bruna dos Santos Caetano, Katia Aparecida da Silva Oliveira

Resumo


Escritora brasileira da transição do século XIX para o século XX, Júlia Lopes de Almeida é autora da coletânea de contos Ânsia Eterna (1903). Presente neste livro, o conto A neurose da cor, ambientado em uma mítica sociedade egípcia, narra a estória de Issira, uma mulher altiva e ambiciosa. Além disso, Issira possui uma condição peculiar: é fascinada por tudo que possui a cor vermelha e, inclusive, pelo sangue. O conto trata da “neurose” da princesa, apresentando um caráter mítico e simbólico, sendo possível enxergar uma relação entre a protagonista e os arquétipos de Lilith e do vampiro. Além disso, diferente dos modelos femininos da época, limitados aos papéis de mãe e esposa, o conto apresenta uma mulher que luta pelos próprios desejos. Desse modo, o presente estudo analisa a construção de Issira sob um viés mítico e simbólico, refletindo sobre o caráter arquetípico dessa personagem e sobre a presença do estilo Gótico no conto. Por meio de pesquisa bibliográfica e do estudo da personagem, o estudo busca compreender a representação de Issira e sua sede por sangue, refletindo se a simbologia e a mítica podem ser recursos utilizados pela autora para criticar a sociedade patriarcal de seu tempo.

Palavras-chave


Júlia Lopes de Almeida; A neurose da cor; Vampirismo.

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