MÁSCARAS DA COLONIZAÇÃO NA FIGURA BRUXESCA DA MULHER NA NARRATIVA AMAZÔNICA: A MÃE SERINGUEIRA DAS COSTAS SANGRANDO
Resumo
Essa pesquisa tem por objetivo analisar os aspectos colonizadores na imagem da mulher figurada como bruxa/feiticeira expressa de forma assombrosa na narrativa oral da/na região amazônica A Mãe Seringueira das costas sangrando, presente na obra A Mãe da Seringueira e a Onça, de Alves, Caetano, Pinto e Amim, (2021). A metodologia tem seu aporte na abordagem crítica dos estudos pós-coloniais e no feminismo decolonial. Os argumentos dos autores como Edward Said, Frantz Fanon, Neide Gondim, Silvia Fredric, dentre outros, fundamentam a análise da narrativa em questão que evidencia as marcas da colonização a partir da expressão da mulher amazônida de forma assombrosa e tenebrosa. Os resultados indicam que, no decorrer dos tempos, em diversas produções da literatura oral amazônica, a subalterna condição da mulher, imposta pelo patriarcado, associa a figura feminina a uma pessoa velha, solitária, desgrenhada e com poderes malinozos. Essa representação bruxesca da mulher proporciona um campo análise das circunstâncias socioculturais em que se percebe o exercício, cada vez mais efetivo, de práticas colonizadoras que inferiorizam e desfiguram a mulher no contexto das relações de gênero.
Palavras-chave
Mãe Seringueira; Mulher; Colonização; Bruxa.
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