Ensaio sobre a cegueira: uma amostra do mal que há em nós

Juliana Garcia Santos

Resumo


Este artigo propõe a releitura do romance de José Saramago Ensaio sobre a cegueira (1995) no que tange à sua capacidade de suscitar e explorar a perversidade humana que tanto desafia e arruína a noção de “ordem e progresso”, transgredindo o ideal de civilização. Com vistas a cumprir essa missão, pretende-se pôr em xeque a maneira como o autor, por meio de seu discurso, lança mão de imagens que denotam a natureza agressiva e destrutiva do homem, quando este se vê acuado em meio à luta pela sobrevivência, nos concedendo uma amostra do mal que nos habita e nos consome. A fim de sustentar teoricamente a proposição em questão, serão referenciados, primordialmente, David Harvey e sua abordagem em torno da atmosfera moderna, Freud, por suas contribuições acerca das pulsões humanas e do mal-estar difundido com a civilização, e André Bueno, pela discussão em torno da relação entre modernidade e barbárie, levantada em seu estudo sobre as formas da crise que assolam a sociedade contemporânea e ganham forma na literatura.      


Palavras-chave


Atmosfera moderna; Crise; Mal.

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